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2016, um ano produtivo, “apesar de”

Talvez pelos retrocessos político-sociais ruins vividos no decorrer deste ano (ou justamente por isso!), posso afirmar, nessa véspera do salto para 2017, que este foi um período de intensa produção na minha lavoura literária.

Inicio este artigo relembrando que pude realizar dentro da Casa Amarela – Espaço Cultural (que coordeno ao lado de Sueli Kimura, Akira Yamasaki e Luka Magalhães), 5 edições do Inéditos & Inacabados, roda bimestral de criação literária. Também mediei 5 Blablablá, que a gente chama de “roda de conversas infinitas” e é na verdade uma arena que se propõe a trocas de experiências e sonhos libertadores em torno da cultura, arte e educação. Na Casa Amarela vivo (desde 2011) a experiência de ajudar a produzir o prato principal, o Sarau da CA. Neste ano foram 11 (sob a batuta do mestre Akira), além de eventos pontuais diversos.

Este ano pela primeira vez um poema meu, Pisagens, foi musicado (no caso, pelo músico Eder Lima) e posteriormente cantado por Ligia Regina. A dupla está finalizando um cd que já tive a oportunidade de ouvir e posso afirmar que já nasce antológico. Como contrapartida à gravação do meu poema, propus ao coletivo de audiovisual do qual faço parte, Lentes Periféricas, que fizéssemos um videoclipe, que ficou muito bonito e já está disponível no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=Erdag8hCSJo&list=LLuyQkaxPUUGh7dH828xwrRg). Este trabalho contou com a coprodução luxuosa da DMK Art Studio, do bróder de longa data, Gilberto Tavares Ferreira. Antes, ainda ao lado da família Lentes, pude realizar o clipe Caminhão de Lixo, música de José Carlos Guerreiro, interpretada pelo mesmo junto com o grupo Cabras de Baquirivu (Xavier no baixo, Ronaldo Ferro na guitarra e Quinho na bateria e percussão). Este clipe também já está disponível no Youtube, na página do LP: https://www.youtube.com/watch?v=KZQXUNCSl8c.

Atendendo a um convite do escritor Sacolinha, participei de 6 encontros da Comunidade do Conto, em Suzano. Dos quatro temas do ano (eram dois por encontro), participei de 3, para a qual confeccionei os respectivos textos: “Copa copo corpo”, para o tema Álcool e Juventude, apresentado pelo professor Sérsi Bardari; “A fllha-da-mãe”, cujo mote era Periferias Urbanas e foi debatido pela antropóloga Érica Peçanha; e “Milidéias”, em que o assunto apresentado pelo escritor Cuti era Literatura Erótica e Identidade Negra. Todos estes textos foram publicados em forma de fanzines temáticos, recebendo muitos elogios onde são apresentados ou lançados.

Outra conquista de 2016 foi o fato de ter sido convidado pelo casal de escritores Márcia Barbiéri e Daniel Lopes, que organizaram para a @link Editora a coletânea de contos “O Outro Lado da Notícia”, para o qual contribuí com um texto intitulado “Obra de Escobar Franelas será relançada”. Me arrependi muito do tom de deboche desse texto, recheado de autorreferências explícitas e surreais, mas tanto os organizadores quanto o editor do livro, Gláuber Soares, disseram que o texto se adequou à ideia original do livro, que era trabalhar “notícias” em forma de ficção. Creio que eles não mentem, então deduzo que meu texto possa ter ficado realmente bom. Ou não. Quem lê-lo e comentar fará um grande favor a este escritor inseguro. O mesmo casal, aliás, produz o programa Pílulas Contemporâneas, apresentando obras literárias diversas no Youtube. Foi assim que em 10 de maio eles me surpreenderam com o Daniel fazendo uma breve apresentação do meu romance Antes de Evanescer (link https://www.youtube.com/watch?v=dqdCW80cS_I&list=LLuyQkaxPUUGh7dH828xwrRg&index=21).

“Tráfego”, poema do meu primeiro livro, “hardrockcorenroll”, de 1998, foi escolhido para compor a 35a. edição da revista Cabeça Ativa, da Editora Costelas Felinas (ed. Cláudia Brino e Vieira Vivo), em Santos SP. Ao casal, rendo meu afeto e gratidão.

Ah, quase me esquecia que em 1o. de maio registrei em vídeo 3 poemas, “Chacina Cristã Anticristã”, “Empate” e “Obtuso” para o portal Peixe Barrigudo (Guarulhos, SP), dirigido pelos infatigáveis Joel Dias Fo. e Victor Carvalho Lima (https://www.youtube.com/playlist?list=PLpDao5l6bitlXmFhQIqUS_eyEeGIvPLsZ). Em 15 de outubro participei de uma nova edição da Fanzinada (sempre ricamente organizada por outra incansável, a Thina Curtis). Aproveitei para lançar meu romance Antes de Evanescer, na Casa da Palavra de Santo André. E em 28 do mesmo outubro pela primeira vez participei da Caravana Rolidey (criação do escritor Erre Amaral (MG), onde, junto com poetas do naipe de Ana Moraes (SP), Adri Aleixo (MG) e Wélcio de Toledo (DF), e a mediação deferente da educadora Joana Rodrigues (UNIFESP), troquei/trocamos muitas ideias com o público na área externa da estação Osasco de trem. A produção do evento (que fazia parte da 11a. edição do projeto Livro Livre), teve a produção esperta de Afonso Romero (CPTM-SP), e organização geral suntuosa a cargo de Marina Ruivo. Antes, em 13 de agosto, convidado pelo escritor Alba Atróz, participei de duas mesas muito interessantes que discutiam processos literários no universo periférico, dentro do projeto Amparo Literário, realizado mensalmente na Fábrica de Cultura de Cidade Tiradentes, SP. Na primeira intervenção, outra convidada, Márcia Barbiéri fez uma apresentação de meu livro Antes de Evanescer. No momento seguinte, eu que fui incumbido, junto com o o poeta Germano “Urbanista Concreto” Gonçalves de apresentar o poeta, cineasta e multiinterventor cultural Akins Kintê, que estava lançando o livro “Muzimba – Na Humildade Sem Maldade”.

Em setembro também veio ao lume a edição da bela revista Mallarmargens, que trouxe encartado 6 poemas deste escriba, ilustrados pela artista plástica e atriz Kátia Horn (http://www.mallarmargens.com/2016/09/6-poemas-de-escobar-franelas.html). O passaporte para entrar nas páginas voluntariosas desta edição foi do escritor Dinovaldo Gilioli, sincronizado com a hospitalidade nipônica de Marília Kubota.

E para complementar este ano jubiloso (pelo menos no âmbito literário pessoal), em 2016 tive o prazer de prefaciar um livro que nasceu fadado a ser clássico: “Afetos”, reunião de vários textos internéticos do sempre surpreendente Fernando Rocha. Para o Fernando também concedi um depoimento inseguro, publicado na revista digital Letras et cetera, onde digredi um pouco sobre minhas andanças e percursos. O link da entrevista é http://nanquin.blogspot.com.br/2015/11/entrevista-com-escobar-franelas.html. Outro convite que recebi e atendi foi um pra lá de especial de um bróder de miliano na militância cultural, o poliartista Claudemir Santos. Enviei um texto que ele publicou em sua obra de estreia, “Fantasmas e Demônios de São Miguel”, um livro inclassificável, já que em suas páginas tem teatro, poesia, “causos”, contos e crônicas.

E, por último, já findando o ano, trouxe à luz uma novela que há muito estava respirando naftalina em minhas gavetas virtuais. Premiado, que, aliás nem tinha esse nome (sequer lembro agora qual era), eu tirei da gaveta quando soube do concurso literário promovido pela Amazon.com através da plataforma Kindle

(https://www.amazon.com.br/Premiado-Escobar-Franelas-ebook/dp/B01N0KZWG9/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1481752848&sr=8-1&keywords=Escobar+Franelas). como já vinha pensando há algum tempo em fazer um e-book, aproveitei a oportunidade e estou pela primeira vez trabalhando na plataforma.

Ah, sobre o concurso, é evidente que não passei da fase 1.

Abraçaços, inté daqui a pouco, 2018 !

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