Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Deter/gente

Deter/gente

Cerebral

Sem espuma,
Um espelho.
Após lavagem.

Narciso protela na prateleira.
Postergo, enquanto você adia.

Ofertas, super aquecem suas tripas.
A bula, o pronto socorro, a mídia.

O peso insuportável da cabeça.
O barulho dos gritos.
Trilha sonora com rachaduras.

Existe um lugar.
Lauto, pleno, passageiro.
Existe um lugar.

Insisto em rufar
rotinar, resvalar.

Já que o tiro de misericórdia.
Sem violência, saiu pela culatra.

Acaricio neurônios transgressores.
Um recesso por hora nas emoções.

Receptor, enjaulo seu medo.
Sua intuição insensível.

O homem, real patrocinador.
Mentecapto, covarde.
Imperador de tantas barbaridades.

Acotovelo.
Muito mais,
me aproximo,
sabendo que ele
não se move,
não acorda,
não respira.

Consumo ilusório demasiado.
Ronda ostensiva
por melhores ofertas.
Sacolas cheias de mentiras.

Extorno o X da questão.
O óbvio semi-morto, cristalizado.
Esse “papo furado” de que amanhã
tudo se resolve.

Fé no tal homem
que remove montanhas.

Aterra o lodo.
Cimenta o Globo.

Cratera dentro da ruptura.
Destrói seu ambiente.
Futuro que será.
Futuro que já era.

Cem voltas margeando o circulo.
Fervilha a pimenta no reino.
Ferviha a panela sem rango.

Destempero e pronto.
Céu brumoso.
Chamuscado.
Salpicado de andorinhas.

Ricola de Paula

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