Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Fotorreceptores

 

Eu não cabia dentro de mim
tantas palavras amorfas
morfema sibila silábica.

Era de um tamanho desigual
Imperador
parafuso
solto, perdido na rede neural.

Elas tão descabidas
movem se em zigue-zague
formando palavras
Amônia, Amon, Harmonia.

Passou.

sonho tolo
mero desconforto.
Um metro quadrado
faltando um ladrilho.

Apenas imagens
de mãos dadas
entre rabiscos
e mandalas.

Outro gerador de códigos
após a leitura secreta
da tua ausência fotorreceptora.

Cerro minhas pálpebras
e minha essência
se curva
viaja

diáfana …oito…infinita.

Ricola de Paula

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