Arte Cinema Germano Xavier

Nada muito sobre filmes – De volta para o futuro e outros…

Por Germano Xavier

O SEGREDO DA CABANA

O filme O SEGREDO DA CABANA (2011), dirigido por Drew Goddard, faz jus aos comentários elogiosos que andou recebendo de vários entendedores do cinema. Um exemplar do gênero horror que cativa muito, apesar de não ter potencial para se tornar referência. O filme lembra muito o clássico The Evil Dead no início, mas do meio para o fim surpreende com referências diretas aos filmes desta esfera e com incontáveis novos elementos empregados. Uma bela crítica à sociedade do espetáculo e todos os seus Reality Shows da vida. Vale a pena conferir. Recomendo a todos os mortais!

F FOR FAKE

F FOR FAKE (1973), do grande Orson Welles, não é um filme comum. Está mais para um documentário sobre as verdades e as mentiras que perfazem a Arte e seus meios de conversão. Não é um filme de fácil digestão, é duro. Muita filosofia, psicologia e literatura costuram a película. Para quem já viu CIDADÃO KANE, chega a ser necessário ver F for Fake. “Para muitos, ‘F for Fake’ é a melhor defesa de Welles contra as acusações de que ele teria se apropriado do roteiro de ‘Cidadão Kane’. Welles – que criou esse filme a partir de um documentário de François Reichenbach – demonstra a natureza ilusória da autoria e da verdade.” Filme para ver e rever. Foi a última produção de Welles. Recomendo a todos os mortais!

DE VOLTA PARA O FUTURO (PARTE I)

Para reviver um pouco dos anos 80, DE VOLTA PARA O FUTURO (1985), do diretor Robert Zemeckis, com pitadas de Steven Spielberg. Pegar carona no DeLorean DMC pilotado por Marty McFly e ir rumo ao passado desconhecido para tentar fazer o futuro melhor é, realmente, fazer uma viagem no tempo, quase que literal. Um clássico pop de meus idos de menino, que já virou um cult da cinematografia. Recomendo a todos os mortais!

DE VOLTA PARA O FUTURO (PARTE II)

O tempo é um negócio muito louco mesmo. DE VOLTA PARA O FUTURO II (1989), do diretor Robert Zemeckis, confirma isso. Na continuação do clássico pop/cult estadunidense, recheado de comédia, a aventura se passa 30 anos depois do ano base para o enredo (1985), no ano de 2015 – é engraçado observar qual era o imaginário que se tinha deste ano no fim dos anos 80 do século passado: carros voadores, balconistas virtuais etc. Boa dose de entretenimento numa película que marcou época. Recomendo a todos os mortais!

DE VOLTA PARA O FUTURO (PARTE III)

Que me desculpem os fãs da trilogia, mas DE VOLTA PARA O FUTURO III (1990), do diretor Robert Zemeckis, não deveria ter sido feito ou deveria ter sido feito de outra forma. O filme é uma forçação de barra geral e quebra todo o encanto que existe nas partes I e II. A impressão é a de que a narrativa não evolui para lugar algum. Quem assiste fica procurando algo no meio do tiroteio dos diálogos mornos e sobre nada, mas só encontra balas perdidas de emoção e coerência. Eu gostei da homenagem que fizeram aos westerns e ao escritor Jules Verne. Todavia, há quem diga que é o melhor episódio da franquia. Enfim, gosto é gosto. Salve, bucaneiros!

ACOSSADO

Vi agora o filme que é tido por muitos como o maior exemplar da Nouvelle Vague francesa: ACOSSADO (1960), do “cineasta-filósofo” Jean-Luc Godard. Uma película que versa sobre a relação entre um cafajeste e uma inocente fingida, passando por discussões pontuais sobre o amor, a morte e a vida. Dizem as “más línguas” que existe o cinema antes e o cinema depois de ACOSSADO. O filme é de qualidade, deveras, nada parece ser gratuito e há brechas para que reflitamos sobre diversos temas universais. A bela Paris como pano de fundo. Atmosfera outsider e um elogio aos automóveis também fazem o filme interessar mais. “Carro é para andar, e não para parar.”, relembra o personagem Michel quando a bordo de um Chevrolet Bel Air no início da narrativa, numa alusão direta a Ettore Bugatti. Para ver e rever incontáveis vezes. Recomendo a todos os mortais!

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