Imprime na aurora sua fuga
desobediente segue em frente
leva consigo curiosos pássaros
e uma gama de insetos coloridos.
Penas, asas, antenas, sonhos
desprendem-se na travessia.
A vida encontra esperança
no abrigo da sua couraça.
Sem medo dos crocodilos e leões
que esperam serenos e sedentos
na outra margem do Nilo.
No mapa do céu
sua guia,
alinhadas
as três Marias.
Fritando os conflitos
Queimando bandeiras
Há tempos a coisa não parece russa
desconheço a foice, entre as estrelas
Ah! Sim, conheço
O Mao de sangue
passado vermelho
na bandeira da China.
As listas de destruição
na bandeira do imperialismo
e o estrelar do capital.
Insisto nas releituras
A barca do Gleyre do Lobato
Casa grande e senzala do Freire
O ninho das cobras do Lêdo Ivo.
Meu ponto de vista é à prazo.
Embarco na barca do sol
respiro amor nos versos
sublimes do Geraldo Carneiro
provocam em mim reações
de paixão e conforto.
Inspiração e pureza
antes mesmo
de me entregar sem ver.
Depurar e sublimar
Uma palavra que satisfaça a mente
Um sobretudo para uma vida inteira.
Saber mais sobre a paz verdadeira
o Dharma e sua flexa certeira
impermanência, desapego, vacuidade
palavras esclarecedoras.
Na volta passo
na porta da pátria desamada
noturno 32 plataforma 64.
Contragolpe
A poesia sempre estará presente
qualquer revolta, não emperra,
não estraga a hélice da barca.
Não tenho medo
desse mar virado
no útero do meu coração
la nave va
Ricola de Paula