Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Tarjas de encerramento

(Convicto)

Ser filho da mãe terra.
O positivismo e a luz dos astros
acompanham o tesão de estar vivo.

(Matéria)

Dourada
gargantilha
de corda
enfeita
qualquer pescoço.
Aliada ao apego
balança o corpo
de outro devoto.

(Loucura)

Você nunca sabe
quando começa.
Porém, conhece o estrago
que ela faz quando acaba.

(Sincronicidade)

Deixei você adentrar em meu território
sem nunca ter escutado Richard Wagner.
Roubou o anel dos Nibelungos
sem noção, fez tantos estragos
Morri naquele campo de concentração.

(Fantasias e volúpia)

O quarto-crescente.
O teto azul escuro.
O lençol de estrelas.
Inserido no seu desejo de fêmea.
Instalo-me no calabouço do seu reino.

(Acerto de contas)

Frases lindas em decomposição.
Abraço árvores ásperas.
Registro o depoimento
das pedras falantes.

Ora..ora

Vigio o batimento
do peito das ruas.
Não me canso, insisto
em falar sobre o amor
a magia da providência
a elegância de qualquer
amoroso pensamento.

Ricola de Paula

Deixe uma resposta