Era ancestral , o marulho do pântano
tambores anunciando o banzo futuro
a flauta de Krishna.
Radha bamboleando
entre moléculas e átomos
o mantra da disciplina
dança Shiva sua dança
no meio do caos.
O zunido das naves
o som do oboé
nas alturas
roçava os tímpanos
ouvia além o pio
do pássaro dourado
a ventarola de sons que antecede
à qualquer tempestade irada.
O gemido das máquinas de triturar gente
ao ouvir a resposta pura de uma criança.
O som sagrado do cosmos
o ronco do gigante
que tantos cometas carrega
no seu sovaco azul escuro
galáxias transpira.
Ricola de Paula