Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Intactos

Era ancestral , o marulho do pântano
tambores anunciando o banzo futuro
a flauta de Krishna.

Radha bamboleando
entre moléculas e átomos

o mantra da disciplina

dança Shiva sua dança
no meio do caos.

O zunido das naves

o som do oboé
nas alturas
roçava os tímpanos

ouvia além o pio
do pássaro dourado

a ventarola de sons que antecede
à qualquer tempestade irada.

O gemido das máquinas de triturar gente
ao ouvir a resposta pura de uma criança.

O som sagrado do cosmos
o ronco do gigante
que tantos cometas carrega
no seu sovaco azul escuro
galáxias transpira.

Ricola de Paula

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