Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Pai

Pai pode ser ausente, mesmo estando na sua frente.
Se esforça para entender um pouquinho de tudo.
Pode estar um lixo, precisa ser reciclado .
Pai é estátua, herói da fabula, futebol aos domingos,
chicletes.
Sorria, tanto faz se você estica ou puxa; se esqueceu
a releitura; se falou com você sem brandura.
É que está aprendendo ser pai, e tenta ser assim.
Sobre a mesa do quarto, uma simples dobradura.
Tem pai de todos, não é o dedo; vai ver que é
a mão aberta acariciando o medo.
Pai também some no mundo: ele se perde no turbilhão
de gente grande.
Pai já foi vulcão, rei das bobeiras, beliscão, puxão de orelhas.
Já foi dia escuro, onde se perde a fala e ganha lágrimas.
Atemóia amarelando no quintal, mamangaba nas abóbrinhas.
(que saco!), alto falante.
Pai tem que ter bom humor, não importa se tem carro,
não é bom estar (a)batido, apenas constipado;
porquê se chorar é apenas uma gripe, também o amor
não pode ser comprimido.
Tem que vazar seus oceanos.
Pai é Atlântico, Pacifico.?..

Ricola de Paula

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