Pai pode ser ausente, mesmo estando na sua frente.
Se esforça para entender um pouquinho de tudo.
Pode estar um lixo, precisa ser reciclado .
Pai é estátua, herói da fabula, futebol aos domingos,
chicletes.
Sorria, tanto faz se você estica ou puxa; se esqueceu
a releitura; se falou com você sem brandura.
É que está aprendendo ser pai, e tenta ser assim.
Sobre a mesa do quarto, uma simples dobradura.
Tem pai de todos, não é o dedo; vai ver que é
a mão aberta acariciando o medo.
Pai também some no mundo: ele se perde no turbilhão
de gente grande.
Pai já foi vulcão, rei das bobeiras, beliscão, puxão de orelhas.
Já foi dia escuro, onde se perde a fala e ganha lágrimas.
Atemóia amarelando no quintal, mamangaba nas abóbrinhas.
(que saco!), alto falante.
Pai tem que ter bom humor, não importa se tem carro,
não é bom estar (a)batido, apenas constipado;
porquê se chorar é apenas uma gripe, também o amor
não pode ser comprimido.
Tem que vazar seus oceanos.
Pai é Atlântico, Pacifico.?..
Ricola de Paula