Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Lux ou lixo

Com a sequidão dos vasos e gentilezas
e o ressurgimento das nuvens
entorpecidas
não restou uma lágrima, uma se quer
que talvez pudesse regar um novo jardim
dentro daquele falso mundo que transita.
Serrar as grades, foi meu objetivo amigo
bem antes de ser atropelado.

Qualquer fuga que ocorra
que seja através
do deserto do esquecimento
Poderia querer…
Mas, não quis
ser apenas roldana,
grafite ou creme
qualquer outro
possível
lubrificante para
sua quimera
engrenagem.

Danço sempre conforme a música,
conforme os embalos da pista
entendo o real e inquieto
significado das palavras
que se movem.

Tão apaixonadas, tão próximas
do vírus e bactérias aquartelados
nos arredores da nossa morada
tão fácil, tão artificial, tão cômodo
advento tão acido, tão amoroso.

Como um carro que só se movimenta
após o ponto morto
estamos parados aí
e assim se engrana a humanidade.
O apocalipse que estampa o jornal
foi só outro escândalo caudaloso
outra face do sumidouro
outro estrago besta.

Relaxo, estaciono os fatos
em milhões de sacolinhas de plástico.

Marcho à caminho
das suas pernas trôpegas.

Um novo fôlego insiste
meu mundo funde-se
num gozo terno
sublime
mágico
dança com libélulas.

Dúctil pele
de pêssego
Seu sexo,
manta do desejo.
…..

Ricola de Paula

Deixe uma resposta