Por Germano Xavier
OS AMANTES PASSAGEIROS
OS AMANTES PASSAGEIROS (2013), de Pedro Almodóvar, pousa sua narrativa no interior de uma aeronave da companhia aérea Península, que por motivos esdrúxulos, corre sério risco quando da aterrissagem. Enquanto nada se resolve com o serviço de apoio, o comandante fica voando em círculos. Nesse ínterim, três tripulantes dopam todos os passageiros da classe social, assim como as aeromoças, com a finalidade de estancar o pânico. Os que continuam sóbrios, pelo fato da morte próxima, revelam-se de todas as maneiras. Um filme diferente, com todas as cores de um Almodóvar, e que em muitos momentos me fez recordar o cult AIRPLANE! (Apertem os cintos… O piloto sumiu!) Comédia inteligente. Vale uma espiadela!
LITTLE BOY – ALÉM DO IMPOSSÍVEL
LITTLE BOY – ALÉM DO IMPOSSÍVEL (2016), de Alejandro Monteverde, é um daqueles dramas que nos emocionam facilmente. Na trama, que tem a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo, o garotinho Pepper mantém uma relação de muita aproximação e amor pelo seu pai, com quem vive aventuras e fantasias inenarráveis. Quando seu pai resolve ir para a guerra no lugar do seu irmão mais velho, Pepper fica profundamente triste. Apelidado de Little Boy pelos “garotos da rua”, por seu tamanho reduzido para a idade, Pepper investe em sua fé, segue uma “lista mágica” cedida pelo padre da pequena cidade de O’Hare, Califórnia, onde mora, na esperança de reencontrar seu pai. Daí em diante, muita coisa acontece. Até o inacreditável acontece. Para os desavisados, LITTLE BOY foi o nome dado à bomba nuclear lançada em Hiroshima em 6 de agosto de 1945. Recomendo a todos os mortais!
O ABRIGO
Não se deve confiar em tudo que se lê, ouve etc. O ABRIGO, de Jeff Nichols, provou isso para mim. Esperava ver algo meio hitchcockiano. Achei-o penoso. Mas, como disse, não é bom confiar em tudo que se lê, ouve etc. Boa sorte!
E.T. – O EXTRATERRESTRE
Até poucos dias atrás, eu ainda não tinha visto o longa-metragem E.T. – O EXTRATERRESTRE (1982), de Steven Spielberg, um dos grandes clássicos hollywoodianos do gênero ficção científica. Para a época, deve mesmo ter sido uma produção bem chamativa. Olhando-o no agora, confesso que não me causou grandes ou bons “espantos”. Talvez eu devesse pegar uma máquina do tempo e regressar até o ano de seu lançamento para que minha ideia sobre o filme mudasse. Aliás, a infância é o ponto crucial da trama. Lendo sobre o filme, descobri que o rosto de E.T. foi elaborado tendo como molde as faces do poeta Carl Sandburg e do cientista Albert Einstein. Loucuras à parte, ei-lo! Sigamos!
CHATÔ – O REI DO BRASIL
Eu tinha cerca de 20 anos quando toquei pela primeira vez o calhamaço biográfico intitulado de Chatô – O Rei do Brasil, escrito por Fernando Morais, ali pelas prateleiras da biblioteca do Departamento de Ciências Humanas III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). O livro me chamava a atenção, por seu autor, pelo tamanho e pelo conteúdo. Chatô é matéria interessantíssima para qualquer estudante de jornalismo, hei de pensar. É história da imprensa nacional, do mundo. Faz parte, apesar de tudo. Magnata insólito das comunicações. Dono de quase tudo em seu tempo. Fez e desfez. Insano, taxado de mil coisas. O filme homônimo, CHATÔ – O REI DO BRASIL (2015), dirigido por Guilherme Fontes, depois de 20 conturbados anos de produção, conseguiu vir à tona. Apesar de um tanto confuso, a película passa uma noção básica deste Assis Chateaubriand, para quem anúncio era dinheiro e notícia era perfumaria. Recomendo a todos os mortais!
CONTATOS IMEDIATOS DE TERCEIRO GRAU
Mais um antigão do Steven Spielberg que pude ver recentemente. CONTATOS IMEDIATOS DE TERCEIRO GRAU (1978) tem até o diretor François Truffaut no elenco, para minha grata surpresa. O filme tem como mote a obsessão de um homem, Roy Neary (Richard Dreyfuss), morador de uma pacata cidade norte-americana, ao pressentir a chegada de seres extraterrenos. Depois de muita investigação e enfrentamento, parte em debandada para um local em específico, onde acredita ser estratégico para um possível contato humano-alienígena. O filme tem status de grande obra cinematográfica de teor sci-fi. Ao fim, não me arrependi de tê-lo visto. Vale a experiência, bucaneiros. Sigamos!
HOWL
A dita Geração Beat (Beat Generation) estará sempre atrelada ao marco da contracultura em todos os cantos do mundo, em todos os tempos. Para tanto, a literatura foi berço de expressão para nomes explosivos, a citar os de Kerouac, Burroughs, Ginsberg etc, que “pregavam” a “desobediência civil” e a criatividade espontânea, instantânea. O filme HOWL (2010), dirigido por Jeffrey Friedman e Rob Epstein, retrata com autoridade um pouco do que foi o impacto da publicação do livro UIVO, de Allen Ginsberg, em meados de 1956. Acusado de obsceno, o livro foi levado a julgamento nos Estados Unidos. HOWL é discretamente profundo, a ponto de ferir corações poetas com golpes contundentes de mais-amor pela palavra. Mais um belíssimo filme que traz a arte literária como protagonista. Recomendo a todos os mortais!