Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Tarjas sem volta

Você pode levar um cavalo na beira do rio.
Mas não pode forçá-lo a beber água.
Vox Populi

Dois reais
preço do descaso
Dois reais
preço da mordida
Dois reais
o custo do poema

Amaz que zona
Quizumba
Sambo!sambo!
Sambo!demais.
Quizumba

Me benzo
no banzo.
trupica
tropica.

País gigante lotado de maravilhas
lotado de miragens e histórias
suas fronteiras escancaradas.
seu restolho de mata atlântica,
nem um pio
após outro
desmatamento
nenhuma pista
Após outro
carregamento.

Perdoar as dividas
de bancos e políticos
afronta, zombaria.

Seu celeiro de corruptos
Seu silo de agro tóxicos
Seu batom verde – mata
Sua China dos eucaliptos

A mesma trilha sonóra
o mesmodólar furado.

Sombras circundam minha fé
curto circuito na rede elétrica
deveríamos acender uma vela.

Cuidado! pois aqui você tropeça.

Não sei se pelo sacrifício dos Andradas
ou pelo sumiço da princesa Leopoldilma.

Troca justa parece permuta
Qual era mesmo a moeda?

Dois Real
o ultraje
o montante.

Às seis da manhã
a mesma pancada do sino
despertando o coração
da catedral de ossos.

Não permito que
a poesia feneça.

A palavra espera
que você se salve

de tantos és, é aquilo
É isso, é, é, é, conserto
conceito, é, é …
É o rebuliço
É por todos os lados
É mesmo, inté mesmo
na destruição
amável de tantos
escritos.

Ricola de Paula

 

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