Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Toureando

O dono da terra
finge que lavra/dor

O dono da água
Tece, comentá/rio

cobra, envenena
sustenta canalhas

Temer, escarrar
outra desdita/dura

Com um só beijo
repara, amacia
o tempo perdido

de sobejo a clorofila
espera o boi na campina

Babando verde-amarelo
o boi carinhoso
o boi garantido
cansado
de ser boi
de piranha

A manada não explode
greve, indícios de boi/cote

na frente da porteira
correntes protegem
os bancos da quebradeira

o boi bisonho queimou
a foto do bisão americano
e do touro Ferdinando

Boi que bumba
dança com a
língua de fora

Boi que não bumba
vira gado de corte

Ricola de Paula

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