Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Um tiro de escanteio

Linha de fundo, 
ensaia, e chuta forte
 o adverso.
Outra porta à direita 
no fim do corredor, abra.

Não! não tranque, 
jogue a chave, 
escreva na porta.

-O que move o mundo, 
fome, inveja, sexo
grana, poder 
conservantes, 
conservadores
dominantes, dominados 
e a  coca-cola-

Bola pra frente, 
coloque a fila em movimento.
Esqueça as barreiras
do impune, do contrário
parece que foi ontem o inferno.
Expulsos do meio do campo
os animais que clamavam 
e respiravam ditadura.

Retrocesso.

A pilha de fatos deu nos nervos
Rebuliço de vermes nas tripas.
Mais a palavra justiça, e outras
obrigações ainda não reajustáveis.
Como ficar alheio aos sintagmas.
Além do saldo negativo do sofrimento.

Saudável 
o impulso de vida 
que toca
o peito e simples
fica.

Atávico, meio macunaíma 
não desisto da pesquisa
e dos sintomas da preguiça.

Gosto quando você finge 
que vai embora
passa o trinco na porta.
Muda o vestimenta
vestihortelã 
e liga o chuveiro

IniCiando seus jogos de outono
com sua camisetinha setembrina.
Sinto o cheiro da sua mata 
e das flores 
no algodão estampadas.

Gosto quando você tira os brincos 
e posso mordiscar os seus lóbulos.
Gosto das suas risadas
desperdiCIOs , excessos
entre mimos e abraços.

Ricola de Paula

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