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DOS   ANOS   VIVIDOS

Foto – Umberto Moreno

Por Gilberto Silos

 

Na vida,  muitas estradas percorri,

Em busca de não sei bem o quê.

Vivi encontros, desencontros, dores e alegrias,

Mas,  que me importa tudo isso ?

Melhor é a viagem que chegar ao destino.

Os anos seguiram seu longo curso,

Deixando-me marcas na alma e no corpo.

Rugas ? As minhas foram ritos de passagem,

E contam toda a minha história.

Cicatrizes ? Sim, eu as carrego;

Quem não as tem apenas passou pela vida.

Erros ?  Cometi e até alguns acertos.

Dos primeiros extrai lições essenciais,

E isso formou minha consciência;

Dos acertos nutri minha paz interior.

Os cabelos ficaram alvos, escassearam;

Os olhos e ouvidos já não são os mesmos.

Hoje minha percepção é mais interna:

Vejo e ouço com o meu próprio coração.

Às vezes minha mente titubeia,

E meus argumentos parecem descabidos.

Mas, como disse o poeta Gullar:

“Não quero sempre ter razão”,

“Quero mesmo é ser feliz”.

Na  jornada perdi muitas coisas,

Em compensação ganhei a mim mesmo.

Livrei-me do que não me servia mais;

Hoje convivo bem com minha essência,

E posso, então, dizer como Neruda:

“Confesso que vivi”.

 

One Comment

  1. GILBERTO – “DOS ANOS VIVIDOS”

    Enveredei pelos caminhos da poesia…sem bem saber porque !.
    Acredito ser a alma a condutora de tal caminho.
    Necessitando expandir o que lá dentro, bem lá dentro
    em um cantinho do coração, se escondia.
    GILBERTO em sua poesia a alma aflorou em gorjeios de expansão, reação, luz…
    Parabéns – Edna

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