Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Detergente

Sem espuma
deter/gente
um espelho
após
lavagem
cerebral

Visionário

Postergo, enquanto você adia
ofertas, super aquecem as tripas
misto de discrepância e azia
bula, socorro pronto, a mídia.
O peso insuportável
da sua cabeça
cabeça…cabeça…viagem maluca

O barulho dos gritos que ainda
Tomam fôlego na sua boca.
Trilha sonora com sirenes, motores
conversas sinistras
tantos celulares e poucos lares
poucos beijos, poucos abraços.
Cabeça …fumaça…cidade maluca.

Existe um lugar
Lauto, pleno, passageiro
Existe um lugar
Insisto em rufar
Uivar, resvalar

Já que o tiro de misericórdia
Sem violência saiu pela culatra
Bateu na trave da insegurança

No primeiro andar leva/dor
No segundo andar
eleva seus pensamentos.

Fora! Temer, insisto
em não beber água
no copo americano
e a massa de repente
nas ruas se agiganta
Fora! tanta tranqueira
Como acabar com o isopor?
Como reciclar a dor?

Acaricio neurônios transgressores
recesso, por hora, soltos na espera
Um carinho que acalme as emoções

Receptor, enjaulo seu medo
Sua intuição insensível

Chicotes!!!
Os homens
reais patrocinadores
mentecaptos, covardes
patrocinadores de barbaridades
Séculos e Séculos, Amém!

Acotovelo
muito mais
me
aproximo

sabendo que ela
não se comove
não acorda

hiberna em mim.

Consumo ilusório
demasiado
ronda ostensiva
por melhores ofertas

Fé no homem
que não remove
montanhas de lixo.
Cimenta a mata
reza na cartilha
da cibernética.
Moto serras
escavadeiras
inferno, barulho.

Cratera, buraco
dentro da ruptura.

Destrói seu ambiente
Futuro que será
Futuro que já era

Cem voltas margeando o abismo
Fervilha a pimenta no reino
Ferviha a panela sem rango
Destempero o poema e pronto

Céu brumoso
Chamuscado
Salpicado de lindas andorinhas.

Ricola de Paula

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