Arte Literatura Poesia Ronie Von R. Martins

Um branco

Pasma
A caneta afasta o bico
do papel.
E a folha que se faz deserta
Faz-se falha.
A mão
Que o objeto prende
Na sua ânsia treme.
Angustia de não ser falha
E na folha cicatrizar o verbo
A beleza da nossa fala.

Silêncio!!!

Descansa lívida e pálida a folha enorme!
Treme a mão e a caneta dorme.
Neste momento;
Neste tormento que o ponteiro mostra.

E o grito e a noite…
E os passos que distante vão?

Minha mão repleta
De um profundo não.

Ronie Von Rosa Martins

 

Comentários

Ronie, esse branco está infestado de cores…
Gosto dessa brincadeira com as palavras e suas sonoridades.
Parabéns, linda poesia!
Elizabeth

Brincamos até mesmo com nossas impossibilidades….

Abraços Beth.

Ronie

 

Entre nossos olhos e o palmo escrito, quando escrito está, há um espaço maior preenchido de expectativa quando se lê uma poesia.
Por pouco que seja, e por ser, o dia se faz distinto.
A ausência das letras, não é bem o que falta. Pode ser o que sobra. O que não se cabe e que assusta a pena e seu bico.
Que bom ver de novo por aqui a palavra escrita pra alma que busca, até nas palavras escritas/lidas, algo mais.
Parabéns Ronie!

Paulo Pinheiro

Valeu Paulo. Obrigado pelas palavras gentis. Ronie

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