Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Trechos perdidos no trajeto

Longe de ser outra árvore extinta
o ébano no fim pode ter brilho, polidez.

As palavras podem ser restauradas
com gestos de ousadia da sua parte.

Ir ao encontro
da beleza secreta que esconde
cada nascer de um novo dia.

Como não encontrou alavancas
fez escadas com livros
passou por Alexandria, Baçora,
Golfo do Adem, Omphalos,
encontrou cabalistas em Zaragoza.

Averróis, Galeno, Villanueva, Paracelso.

Quem não explodiu,
correu para Casa de Deus
(super et supra)

Deus era o mentor da Spagíria,
após o Diluvio
criou o arco-íris, um sinal de aliança
entre ele e as criaturas terrestres.

Reencontrei os mesmos alquimistas
que Bob Dylan encontrou no corredor.

Não, não estou pronto
para envelopar a solidão
e selar qualquer destino.

Quando o medo empedra
arcos, ombros
e colunas
restam apenas escombros.

A solução insólita
o poder trancafia

O Estado determina
manipular o próximo
manipular a todos.

Aí que tudo finda.

O socorro continua sendo
a alma das sirenes.

A esperança
engatinhava …

Sem pressa ela borda
a toalha da mesa
com borboletas azuis.

Ricola de Paula
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