Arte Cinema Germano Xavier

Guerra mundial Z e outros filmes – Nada muito sobre filmes

Por Germano Xavier

NO CORAÇÃO DO MAR

NO CORAÇÃO DO MAR (2015), do diretor Ron Howard, está em cartaz nos cinemas. Como se trata de mais uma produção cinematográfica envolvendo o clássico da literatura MOBY DICK, uma das narrativas literárias mais especiais de toda a minha vida, não poderia deixar de assisti-lo. O filme não parte da obra em si, escrita por Herman Melville, mas da história real do navio baleeiro Essex, que saiu do porto de Nantucket em busca de óleo de baleia ali no inverno de 1820 e que serviu de inspiração para o livro do renomado escritor norte-americano. O filme consegue transmitir o imaginário do livro e pode até surpreender aos mais desavisados. Merece, sim, o ingresso. Aos apaixonados por narrativas marítimas, a la Melville, Conrad e Hugo, minha total recomendação. Aos que não estão dispostos a ler as 600 páginas do livro, o filme pode servir de caldo. “Esguicho, Capitão! É ela! A baleia! A baleia branca!”

GUERRA MUNDIAL Z

GUERRA MUNDIAL Z (2013), do diretor Marc Forster, até que começa bem e vai e vai e vai… naquela coisa-toda de zumbis, colapso total, apocalipse, patriotismo etc e tal. Mas aí, da metade para o fim da fita, o filme vem e vem e vem, num retrocesso de vagar as mais tenras expectativas… Conclusão rápida: é só mais um filme nesta perspectiva.

O ZERO NÃO É VAZIO

O documentário O ZERO NÃO É VAZIO (2005), dirigido por Andrea Menezes e Marcelo Masagão, é por demais sensorial, extremamente poético, sestrosamente silencioso. O lugar da escrita em cada um de nós pode ser considerado o tema dominante, mas a película vai além. Um documento visual sobre o escrito enquanto pele, sobre a palavra e suas potências de reforma, sobre o símbolo e a irreal realidade, sobre a física dos atritos e o carbono dos nossos traços fundadores. Dica de uma meninaCarol, num entrelaço de moça Helena, bem-que-nem poderia ser diferente… Recomendo a todos os mortais!

LOUCA OBSESSÃO

Se você é como eu, que gosta de um filme que consegue mesclar drama e suspense, não pode deixar de ver LOUCA OBSESSÃO (1992), do diretor Rob Reiner. A película é baseada no livro “Misery”, de Stephen King, e oferece fortíssimas emoções a quem ousar assisti-lo. A primeira vez que entrei em contato com este filme foi numa aula da disciplina Literatura e Cinema, quando ainda cursava Letras na UPE/Petrolina, aula esta ministrada pela professora Clau G. de Lima. Alguns anos depois, pude revê-lo meses atrás. Ainda surpreende do mesmo jeito. Filme (in)tenso. Recomendo a todos os mortais!

REZA A LENDA

O filme REZA A LENDA (2016), dirigido por Homero Olivetto, tinha tudo para dar certo. Infelizmente – infelizmente mesmo! -, não deu. Fraquíssimo do início ao fim, com atuações levianas, estereótipos já batidíssimos e um roteiro sem pé nem cabeça nem cotovelo nem nada. A alcunha de “MAD MAX Tupiniquim” não serve nem aqui nem na china. De 0 a 10? Um 2,5, só pelo fato de fugir do gênero comédia, praga-mor de nosso cinema.

O CUBO

Eu devo ter levado umas três semanas para terminar de assistir ao filme CUBO (1997), do diretor Vincenzo Natali. Assisti aos retalhos pelo simples fato de o filme ser muito ruim – tudo não é uma questão de gosto? Como faço de tudo para terminar o que começo, foi o jeito ir até o final. Dizem as más línguas que este filme serviu de inspiração para a série JOGOS MORTAIS. Algumas discussões podem até brotar diante da trama… Porém, enquanto filme, não vale o tempo empenhado.

GABRIELA

O filme GABRIELA (1983), de Bruno Barreto, baseado em livro homônimo de Jorge Amado, remonta-nos ao sul da Bahia, ali pelos idos de 1925. Gabriela (Sônia Braga), retirante de beleza e sensualidade estonteantes, causa um verdadeiro furor nos redutos por onde transitam os coronéis do cacau. O filme distorce bastante o livro, explora o “erotismo” presente nas personagens e pode facilmente não encantar os olhos mais exigentes. Todavia, não é de perfeição extrema que se fazem os clássicos. A película, com todas as suas falhas e sangrias e clichês, não deixa de ser uma boa pedida para quem deseja adentrar na filmografia nacional. Recomendo a todos os mortais!

400 CONTRA 1

400 CONTRA 1, dirigido por Caco Souza, narra a história da fundação do Comando Vermelho, uma das organizações criminosas mais emblemáticas do Brasil. O filme se passa entre as décadas de 70 e 80 e foca a trajetória dos primeiros líderes de um movimento que criaria todo um conjunto de normas de conduta entre presidiários, invocando a solidariedade e a união por parte dos presos. O cenário principal é o presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro. O filme é baseado em livro escrito por William da Silva Lima, um dos mentores do CV. Um filme simples, mas que cumpre o que promete. Vale a pena dar uma conferida, bucaneiros. Recomendo a todos os mortais!

O CAMINHO DE SANTIAGO

O documentário O CAMINHO DE SANTIAGO (2010), dirigido por Paulo Coelho, mostra o escritor em uma espécie de revisitação, anos depois, ao famoso trajeto de Santiago de Compostela que, segundo reza a lenda, serviu de base para todo o seu desabrochar espiritual, inspirando-lhe livros e mais livros. Sem querer entrar em detalhes sobre o autor de O ALQUIMISTA e parceiro musical do ilustre Raul Seixas, a película vale uma olhadela por nos revelar algumas facetas interessantes acerca da tão estimada trilha dos peregrinos do mundo-todo. Também, não passa muito disso.

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