Por Germano Xavier
CINQUENTA TONS DE CINZA
O livro CINQUENTA TONS DE CINZA tem uma legião de fãs/leitores pelo mundo afora e não demorou muito para virar filme – óbvio. Sinceramente, fico muito feliz quando vejo o povo lendo. Ler é sempre bom e importante. Não li os “polêmicos” livros de E. L. James, talvez os devesse ler antes de falar mal do filme. Mas, como imagino que não vou ter paciência para chegar ao final da trilogia, então fico com este meu olhar apenas aparente. O que vi no filme CINQUENTA TONS DE CINZA (2015), dirigido por Sam Taylor-Johnson? Vi um lenga-lenga interminável entre um “príncipe” adepto do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) e uma “plebeia” apaixonada, costurado num enredo desprezível e sem força que o legitime a tamanho deslumbre. Na literatura universal, há tantas estórias mais relevantes e profundas e de teor erótico, pessoal! Investiguem Safo, Anais Nin, Bataille, Sade, Drummond, Patrick Suskind, Gregório de Matos, Bocage, Hilda Hilst, Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues… De todo modo, que façam do supracitado livro o princípio-motor para continuar exercitando a leitura e para que, aos poucos, adentrem sem pena pelo fantástico e mais sublime da literatura. Sigamos, bucaneiros!
O EXPRESSO POLAR
Eu particularmente gosto de filmes assim, com ares mágicos e que dialogam com a fantasia de uma maneira um tanto que ingênua. O EXPRESSO POLAR (2004), dirigido por Robert Zemeckis, é um filme bonito que mescla aventura e animação digital. Com Tom Hanks em formas computadorizadas e no papel de condutor do trem que leva alguns garotos crentes e descrentes acerca da existência de Papai Noel até o Polo Norte. O filme é um marco em termos tecnológicos e foi baseado num conto de natal escrito por Chris Van Allsburg. Vale a pena conferir, bucaneiros!
A HORA DO PESADELO
Fica tudo muito estranho quando você, após longos anos, resolve rever um clássico do terror que foi produzido bem no ano de seu nascimento. A HORA DO PESADELO (1984), dirigido por Wes Craven, parece ter falhas absurdas quando observado hoje, mas ainda assusta em algumas passagens. E cá para nós, Freddy Krueger é um ícone do gênero, não há como não reconhecer isso. Para quem não tem ojeriza por sangue em jorros, vale a pena ver de novo.
ENTREVISTA COM O VAMPIRO
Se eu gosto dos livros de Anne Rice? Não são a minha praia, eu lhe digo. Nada contra quem goste. Se eu gosto de histórias cujas personagens são vampiros? Depende, eu lhe digo. A expressão máxima vampiresca no cinema que conheço é Nosferatu. Todavia, o filme ENTREVISTA COM O VAMPIRO (1994), dirigido por Neil Jordan, coloca-nos diante da história de Louis de Pointe du Lac, uma espécie de vampiro de “alma boa”, nem tão cruel e sanguinário como imaginamos. O filme é bem costurado e acaba prendendo nossa atenção. O ponto de destaque da obra, para mim, fica para a atuação da infante Kirsten Dunst. Recomendo a todos os mortais!
BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR
Entretenimento, nada muito além disso. Eis o filme BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR (2012), dirigido por Rupert Sanders. Nova roupagem para o conto clássico dos irmãos Grimm, com boa apresentação nos aspectos mais gerais. Não gostei da escolha da atriz para o papel da protagonista, acredito que existiam melhores possibilidades. Essa onda de remodelar narrativas clássicas da literatura virou febre em Hollywood. Vez ou outra sai alguma coisa interessante. O filme em questão é apenas razoável. Há produções bem piores na mesma linhagem. Vai encarar?
AMOR, SUBLIME AMOR
Sinceramente, eu não gosto de musicais. Deve haver alguém que goste. Todavia, o filme AMOR, SUBLIME AMOR (1961), dirigido por Robert Wise, fez-me relevar as cantorias chatas muito facilmente e acabou se revelando demasiado apetitoso ao olhar. Um clássico, super premiado e que não pode deixar de ser visto. Na trama, um amor proibido e a discussão eterna envolvendo xenofobia em solos norte-americanos. Um belíssimo filme. Eu diria até que foi o melhor musical que já assisti até o presente momento em minha vida. Recomendo a todos os mortais!
O DIÁRIO DE ANNE FRANK
São raros os filmes que se equiparam em qualidade aos livros que os servem de inspiração. O cinema, penso eu, nem tem nem deve ter a função de repassar as mesmas informações presentes num livro-base, por exemplo, mas antes ser ponte para ressignificações e avanços de perspectiva. Dentro deste espectro, o filme O DIÁRIO DE ANNE FRANK (1959), dirigido por George Stevens, supera todas as expectativas. A obra cinematográfica consegue ser fiel ao livro e, ao mesmo tempo, revela-se ao espectador como que possuidora de uma carga simbólica demasiado sólida, tanto em termos narrativos quanto estéticos. 15 Oscars e 5 Globos de Ouro. Leiam o livro, assistam ao filme. Recomendo a todos os mortais!
SICKO S.O.S SAÚDE
O documentário SICKO S.O.S SAÚDE (2007), dirigido por Michael Moore, é de causar revolta em quem o assiste. O filme revela um pouco do deficiente e corrupto sistema de saúde norte-americano, infelizmente copiado em terras tupiniquins. Um sistema que maltrata a maioria dos cidadãos comuns, negando o direito à saúde de qualidade e humanizada, impondo uma conduta de assistência à pessoa doente que engana, segrega e que, no fim das contas, só beneficia a indústria dos planos de saúde e aos donos do poder – de novo, alguma semelhança com o Brasil?. Moore exemplifica o seu discurso fazendo comparações com as relações de saúde praticadas em países como o Canadá, Inglaterra, França e Cuba, que não medem esforços para cuidar de seu povo quando o assunto é direito à vida, e de forma gratuita. O documentário também aborda, em segundo plano, o papel massacrante da mídia, construtora de um imaginário negativo para o que podemos chamar de “medicina social”. Recomendo a todos os mortais!
O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA
Eu gosto de histórias em quadrinhos desde muito pequeno, gosto desta coisa toda de super-heróis lutando contra o caos e ajudando a derrotar o mal (ou o inverso), apesar de não ser nem desejar ser um especialista neste delicado universo onde a paixão reina soberana. Dentre os mais famosos representantes desta categoria, Spider-Man talvez seja o que menos me apetece até então. Já vi alguns filmes mais antigos da série e este reconto da história, intitulado de O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA (2012), dirigido por Marc Webb, continuou muito sem graça para mim. Andrew Garfield colou como Peter Parker? Pode ser ranço, não sei. Quem importa com isso, afinal? Sigamos, bucaneiros!
SEXTA-FEIRA 13 – PARTE III
SEXTA-FEIRA 13 – Parte III (1982), dirigido por Steve Miner, quando visto em uma noite de sexta-feira de um dia 13 fica ainda mais interessante. Não que o filme seja um espetáculo do gênero, longe disso. O filme é apenas mais um ícone do terror dentre muitos, vamos dizer assim, e o terceiro da famosa série é o primeiro em que Jason aparece com a famosa máscara. Os diálogos são banais, o roteiro é o mais do mesmo, mas Jason inaugurando a persona de Jason é sem igual. Vai encarar?
O CAMINHO
Em O CAMINHO (2010), dirigido por Emilio Estevez, o veterano Martin Sheen encara o famoso Caminho de Santiago de Compostela depois de saber que seu filho morreu tentando fazer a travessia. Como num esforço de recompensação espiritual, o protagonista vê seu coração abrandar ao passo que vai encontrando pessoas que o auxiliam na jornada. O filme traz imagens reais do milenar trajeto e serve de inspiração para quem um dia deseja encontrar seu “verdadeiro eu” nas plagas históricas. Recomendo a todos os mortais!