Por Germano Xavier
SER TÃO AVOADOR
SER TÃO AVOADOR (2013), curta do diretor e colega de jornalismo da UNEB Wllyssys Wolfgang, reelabora o mitológico sonho de Ícaro dentro de uma realidade sertaneja, tendo como pano de fundo o árido/semiárido do nordeste brasileiro. Em tons dramáticos, a personagem Mariinha rompe o silêncio desatado numa morte-em-vida aparentemente consolidada pelas circunstâncias e faz de tudo para conhecer de perto seu maior sonho: voar. Mariinha é, por sua vez, a voz feminina esganada pela doença dos homens sem-alma. Temas como machismo, autoritarismo e pobreza também encaminham a narrativa para um resultado artístico bastante seguro. Recomendo a todos os mortais!
A CASA DOS SONHOS
O filme A CASA DOS SONHOS (2011) dirigido por Jim Sheridan, é uma produção um tanto que esquisita, o filme parece que ficou sem alguma parte. Portanto, incompleto. A conclusão é também esquisita. O filme termina ali por volta dos 80 minutos de duração. Tinha tudo para ser interessante, mas é confuso e indefinido. Poucas coisas se salvam. Os velhos clichês presentes nos filmes de suspense estão vivos. Há quem tenha gostado. Eu não gostei. Sigamos, bucaneiros!
HANCOCK
Eu bem que tentei, mas não consegui chegar ao final de HANCOCK (2008), dirigido por Peter Berg. Oxalá numa próxima tentativa!
APERTEM OS CINTOS, O PILOTO SUMIU! (PARTE II)
Um filme que já virou cult, uma comédia sem parentesco. Nonsense puro. É para rir de verdade, de tudo e a todo instante. Tudo até que ia bem dentro do primeiro ônibus espacial de passageiros a tentar chegar ao solo lunar, até que eles descobrem que estão sem café. Vale uma espiadela no filme APERTEM OS CINTOS, O PILOTO SUMIU – PARTE II (1982), de Ken Finkleman, bucaneiros!
O ORFANATO
O ORFANATO (2007), dirigido por Juan Antonio Bayona, cumpre bem sua missão. Um típico filme com os toques fantásticos de Guillermo del Toro, de trama bem acertada e com nuances de suspense na medida ideal. Representou a Espanha no Oscar 2008 para melhor filme estrangeiro. Com Edgar Vivar no elenco – sim, ele mesmo, o Sr. Barriga do seriado Chaves. Recomendo a todos os mortais!
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE
Eu não vou dizer que O GRANDE HOTEL BUDAPESTE (2014), de Wes Anderson, é um filme incrível, mas não vou dizer, também, que é um filme sem seus vários méritos. A história é fantástica, a fotografia belíssima e o ritmo da narrativa chega a ser alucinante. Todavia, pareceu-me um tanto confuso e necessitado de alguma pausa compreensiva. Há de se convir que eu estava super cansado quando fui assisti-lo, sem tanta paciência. O filme conta a história sem igual da amizade entre um gerente de um grande hotel europeu e um empregado. Mas não é só isso. Há muita coisa por detrás da aparente e até ingênua comédia, além de um vasto elenco de renomados do cinema norte-americano. Eu esperava mais do filme, confesso. Um dia pretendo revê-lo. Mesmo assim, recomendo a todos os mortais!
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO (2013), dirigido por Steve McQueen, foca as câmeras em Solomon Northup, escravo liberto que, sequestrado quando em outra cidade, revive as dores e amarguras impostas pelo então regime escravagista vigente em solo norte-americano. Tal personagem, ao contrário de muitos filmes de mesma temática, é dotado de uma brutal humanidade – longe daqueles personagens de tons exageradamente heroicos -, fator que o faz atravessar constantes dilemas no interior das circunstâncias de vida a ele impostas, assim como para os outros escravos com os quais convive. A película impacta e faz jus a todas as condecorações que recebeu da crítica especializada. Ao fim, ainda nos oferece um nó bem dado na garganta. Recomendo a todos os mortais!
O VELHO E O MAR
O VELHO E O MAR (1958), dirigido por John Sturges, é um filme baseado no clássico homônimo da literatura escrito por Ernest Hemingway, um dos ícones da Geração Perdida. O filme, assim como o livro, conta a saga do velho Santiago, um pescador em fim de carreira, mas de “olhos indomáveis”, que não desiste de ir pescar, mesmo tendo passado meses sem conseguir fisgar um peixe sequer. Neste emaranhado, é relatada a história de amor entre o velho e um menino que o ajuda na lida do mar, assim como interessantes reflexões do velho quando, enfim, consegue capturar um enorme peixe que precisa ser levado para a praia onde mora. É uma história simples e belíssima. Merece ser vista e lida várias vezes, por todos nós, mortais bucaneiros. Recomendo!
A CHAVE MESTRA
A CHAVE MESTRA (2005), de Iain Softley, é um filmezinho meia-boca de suspense. Só isso. Vai encarar?
AMARCORD
Só agora pude ver AMARCORD (1973), do diretor Federico Fellini, uma película emblemática e por demais autêntica. Fellini, no filme, faz um esforço de rememoração frente ao seu próprio passado e, também, ao passado da Itália. Para isso, suas câmeras exercitam uma “análise” acerca de diversas figuras de um pequeno lugarejo, assim como de suas condutas, um tanto quanto insólitas e até caricaturais. Um clássico da cinematografia mundial que trata a passagem do tempo com suas potencialidades de alegria e tristeza, num giro que atravessa a vida humana como uma flecha a penetrar as quatro estações. Com cores de crítica ao momento político de guerra retratado na obra, e aí entra toda a questão do Fascismo de Mussolini e a incapacidade da população de entender o real momento de seu país, fato tratado com sagaz ironia no longa-metragem, Fellini mostra-se, novamente, grande e genial. Recomendo a todos os mortais!