Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Tarjas sem asas

Imagem: Larissa-K

Preludio

Cosmos visione
Tem muito
teretetê
e pouca poesia
no dia a dia.

O Ezra não Pound
saber disso.

Poderia sucumbir
na floresta da alienação.
Emaranhado entre cipós

e a bestialidade dos fungos
em conserva capitalista.

Apesar das vias abertas
para nós desistirmos.

Tomei outro atalho
tombo por tombo.
Sei que não deu um taio.
Escapei ileso da jaula.

Mode/rato

Seguiu sem passagem
clandestino
no trenzinho caipira.

Pois antes se comovia
ao viajar de carruagem
na sinfonia inacabada
de Schubert, sentia me completo.
Afoito a meio a tanta genialidade.

So/nata !

A coragem clássica de alguns homens.
A música e seus lampejos divinos.
Bem vinda aurora de paz.
Celebraremos a chegada dos Anjos do Sul.

inter/lúdio

Quiçá aura amara…
Aleluia!!!
Hoje não o bastante.

An/Dante

Desatar
O que interessa se é fio de náilon
sattiva ou barbante.
Se é fio de cobre, ou rabo de elefante.

Muitos tem pavor de cultura.
A palavra, esse piolho
que invade os cabelos,
a cabeça, os miolos.
E ler ficou cansativo demais.

Ré/quien ?
A escolha sempre foi
fio de arame farpado.
Separando
a sociedade
a propriedade
o gado
as torres de celulares
e outros adventos
cruéis, seculares.
quando não
Amarra os condenados.
Canto lírico e insano

Aquele título do Plinio Marcos
Cai como uma luva , aqui
“inútil canto e inútil pranto
pelos anjos caídos”

Ária solene com 5 Bachianas, me sinto brasileiro.
Com 7 serenatas, uma para cada dia da semana.

Ricola de Paula

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