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roma otejorp

olhamos tanto para o céu

tentando ascender às estrelas

despudoradamente desnudando a lua

ou timidamente fitando o sol

estes astros magníficos

que nos parecem inatingíveis

fora de alcance da propulsão medíocre

do conhecimento superficial

ou mesmo de duração efêmera

esquecemo-nos que tudo pulsa no universo

e depende apenas de sintonia fina

porém inabalável

neutralizarmos a gravidade

que é o grilhão essencial

se o amor é a maior das forças

ele é capaz de derrubar as barreiras

do tempo e do espaço

para nos encontrarmos

numa mesma frequência

onde a energia é infinita

na experiência singular

de uma bela dança

que nunca deixamos

senão pela ilusão dos sentidos

e big bang:

estaremos de volta à vida

sempre que nos permitirmos

ligar-mo-nos verdadeiramente

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