Ela troca a torneira.
Apoiada por sua chave de grifo.
Fecha o diluvio que até ontem alagava
seu mundo com aquosos pensamentos.
O peso extra, a massa.
Como colocar todos os bichos na arca.
Como não aprender com a experiência.
Bah! Sentimentos que você não respira
consequentemente você os paralisa.
Represa, lago, laguna.
Ela deslancha sem culpa
Sobre águas que não passarão no hidrômetro.
Tarde molhada em que senti o perfume de verbena
que inundava seu corpo.
Ela não queria saber
sobre salmões lotados de mercúrio,
sobre o pudim de maizena e blá…blá…blá,
sobre a carne de isopor das maças.
Que o primeiro poema sempre será tosco.
Sempre será um desabafo.
Ela não ainda não sabe sobre um arrepio sagrado.
O termo alemão “Begeisterung”
Exprime que a pessoa esteja possuída por alguma
coisa superior, que é o Espírito Humano.
Já o termo grego “Enthousiasmós” ainda é mais
explícito, indicando que um deus tomou posse da pessoa.
Agora esse outro arrepio que rola
na certa é tesão que arrebenta até as tiras do chinelo.
Ricola de Paula
2017