O caos afunda
mastro sem bandeira
Apontada a baioneta
Cabeça, peito,
da nação brasileira.
Congela minha livre
iniciativa.
Crucifica o futuro
de muitos.
Igrejas em confetes.
Zombar dos deuses
Quem sou eu “nunca”.
Seguir,
como?
O samba horrendo
que ensaia a escola
morfética.
Batucada americana
Ensaio em Mariana.
Incendeiam Brasília.
Oscar Niemeyer
Saliva o saburro
do seu charuto cubano.
Cospe sobre o teto
salarial do palácio
dos poderes.
Via satélite o Brasil
desamarra o burro.
pois a vaca
afogou-se
Ancorada no brejo.
O mundo
endurece.
Hermeticamente
fechado.
Estado sólido.
Em conserva.
Germina ditaduras.
Os grilos morrem nas poças
Poemas grilhotinas
Hemoglobinas avassaladoras
Sangrias desatadas
Ricola de Paula
2017