Democracia em Vertigem
Na noite de 9 de fevereiro, muita gente estará ligada na TV assistindo à entrega do Oscar de 2020, premiação em diversas categorias. Aqui no Brasil teremos uma razão muito especial para ficarmos atentos ao que poderá acontecer. É que “Democracia em Vertigem”, produção brasileira, dirigida por Petra Costa, estará concorrendo, como um dos indicados na categoria de filme documentário de longa-metragem.
Anteriormente, produções brasileiras já foram indicadas para a categoria de “Melhor Filme Estrangeiro”, mas não ganharam a estatueta:
1963 – O Pagador de Promessas;
1996 – O Quatrilho;
1998 – O que é isso Companheiro?;
1999 – Central do Brasil;
2001- Uma História de Futebol (curta metragem).
Para não perder o hábito de estabelecer comparações com nossos vizinhos sul-americanos,vale lembrar que a Argentina por duas vezes já obteve o Oscarde “Melhor Filme Estrangeiro”com “A História Oficial” (1986) e “O Segredo de seus Olhos” (2010). Até o Chile ganhou uma estatueta em 2018 com “Uma Mulher Fantástica”.
Muita gente, aqui no Brasil, torce o nariz ao saber que o cinema argentino já goza de algum prestígio internacional. Críticos de todos os quadrantes reconhecem a boa qualidade dos roteiros, de direção e imagens dos filmes argentinos. Inclusive, protagonizados por bons atores, como é o caso de Ricardo Darín, para citar um deles.
O que falta ao cinema brasileiro? As opiniões se dividem a respeito. Há quem argumente que culturalmente nossos filmes não encontram muita ressonância nos Estados Unidos. Os temas abordados seriam muito específicos da nossa realidade cultural e assim não despertariam muita atenção. Alguns opinam que seguem muito o padrão Globo de qualidade. Outros criticam nossos atores por não abandonarem o cacoete novelístico.
A tudo isso pode-se acrescentar outras razões, como falta de um lobby e trabalho de marketing competentes, problemas de distribuição, e, principalmente falta de apoio governamental.
“Democracia em Vertigem” (The Edge of Democracy) estreou internacionalmente no festival de Sundance e foi lançado pelo Netflix em 2019. É um documentário de natureza política. Com duração de 2 horas, nele Petra Costa apresenta os fatos ocorridos no Brasil nas últimas décadas, até o impeachment de Dilma Rousseff e a eleição de Jair Bolsonaro. Sua mensagem é polêmica, considerando a polarização política-ideológica que vive o país.
Os críticos do The New York Times e The Guardian elogiaram o filme.
Será desta vez? Façam suas apostas.
Por Gilberto Silos
Gilberto, só a indicação do documentário de Petra já é uma vitória. É claro que ganhar a estatueta é o auge…Torcendo aqui.
Ótimo documentário. Nos dias de hoje vejo que a indústria do áudio visual no Brasil esta forte , cada vez mais forte. O documentário com Oscar ou sem Oscar já entrou para história. Dias deste assisti a um documentário sobre Cacá Diegues , este seu texto Gilberto é um ótimo debate. E como esta a produção Valeparaibano no audiovisual ?
Joka Faria