Coluna Untitled (#5), por Carolina Suñer.

“Vamos sair para dançar!

“Vista suas mais gostosas intenções, tire o chapéu, e leve-a para dançar.
Mostre para ela que andar descalço não dói.
Que os espinhos já caíram, e que a segurança a acompanha, no afago do seu encontro.”

É bom que possamos criar estórias amenas, e possamos dramatiza-las.

É bom que saibamos, a importância do tempo, para sentir a música, e então dançando, compreende-la…

É uma dádiva poder apreciar, medir calcular e compor…
Poder abaixar o fogo para o cozimento ser adequado.

Somos dotados do discernimento. E dele nasce a dúvida. E do mesmo cerne, a possibilidade do esclarecimento.

E conhecer o outro, é melhor do que ler tantos livros… Vai além!
Vem com o recheio! O sabor, mesmo quando amargo, que cai bem, quando ao ponto de experenciar o novo.

Que as portas fiquem abertas, que escorram os gozos e as mágoas.

Que a liberdade de se confundir, permaneça, aliada à saborosa e descomplicada certeza do que se é.

E para isto, sejamos dispostos.
Aliás, sabemos, que são os dispostos, quem se atraem.

E as viagens serão pelo universo.
Outro.
mundo
cidade
Canto
Grito
Cor
Textura e gosto!
isso vai além, além do que somos.

Dentro das diversas formas, existimos na loucura do coração.
Que se torna doce qualquer outra percepção.

Se estamos fechados, hoje, em nossas casas, que possamos estar abertos, para o universo, do outro.

E, então, meu caro, vá!! Vá além!
Desmesurado e imenso, de braços largos!
Tire o chapéu, e a leve, levemente,
Para dançar.”

Carolina Almeida Suñer
Ouvindo Caetano
Linha do Equador 1988