Por Reinaldo Prado
Um filme com Jack Nicholson e Morgan Freeman – “Antes de Partir” – onde os protagonistas têm apenas alguns meses de vida e resolvem vivê-los da melhor forma possível, lançando mão de uma lista de coisas para serem feitas e lugares para serem visitados. Uma lista que não pode mais ser adiada. Certamente nessa lista seria incluída a região de Visconde de Mauá, encravada no alto da Serra da Mantiqueira, nas divisas dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, margeada ao sul pelo Parque Nacional de Itatiaia. Uma região privilegiada pelo clima ameno, permeada por serras e vales, montanhas e cachoeiras de águas cristalinas – muitas cachoeiras.
Foto: Reinaldo Prado
Uma região acessível apenas por estrada de terra. São 27 quilômetros em estado precário e bonita, com vários mirantes de onde se avistam as cidades de Resende e Itatiaia lá embaixo, bem pequenininhas. Uma estrada para ser percorrida devagar, sem pressa. Alias, há um projeto na Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro para transformá-la em estrada parque.
Apesar do congestionamento de automóveis, fumaça e poeira levantadas ao passar nas estradinhas para ir-se as cachoeiras, uma multidão que se aglomera no pequeno centro nervoso de Maringá, uma poluição visual com as muitas placas dos estabelecimentos anunciando seus produtos, as cidades de Visconde de Mauá, Maringá e Maromba não perdem o seu clima bucólico e convidativo ao descanso junto à natureza.
Foto: Reinaldo Prado
Os atrativos principais deste oásis brasileiro são o verde e a água. As suas águas cristalinas recém-brotadas das pedras e o verde da pouca floresta atlântica existente e o ecossistema de altitude estão ameaçados. Eles vão dando lugar às inúmeras pousadas, que para o conforto dos turistas dispõe de lareiras onde queimam madeiras dos matos próximos – poderiam essas pousadas pelo menos fazer uso de madeiras de reflorestamento como o eucalipto por exemplo.
Relaxar curtindo os sons dos pássaros, caminhando entre o verde e tomando banho de cachoeiras, é o que atraí a maioria das pessoas para essa cidade. Além de o prato principal na maioria dos restaurantes, ser a truta fresca, que tem preço médio de R$ 11,00. No restaurante água na boca o atendimento foi bom e a truta estava bem preparada.
O que mais está presente nas ruas estreitas de Maringá e Maromba são os muitos cachorros – de vira-latas pequenos a dálmatas enormes. Eles fazem festas entre si e não estão nem aí com as pessoas. Mas não estão magros e feios como os cachorros que avistamos em outras cidades pelo Brasil, pelo contrário, tem a aparência boa.
Esse artigo do Reinaldo Prado está na Edição de Inverno de 2015 da Revista Entrementes!
2015
Os cachorros bem retratados por Gabeira. Ótimo texto Reinaldo.
Uma bela descrição da viagem a Visconde de Mauá, Maromba e Maringá…Inesquecível viagem com maravilhosas companhias: Reinaldo e Marlene.
Beth