Entreaberta
na vida vista pela janela,
se avista apenas uma parte,
então, que seja a melhor vista
que seja a melhor parte
em partes
se reparte
ao meio dia
parte a sombra
em dia de sol não se ver a luz
aproxima-se da sombra fria
a luz quente
a tempo que não é vista
a vista foi trancada
a luz do dia
é a fresta da sobrevivência
é curva de mais uma chance
em dobradiças
virarás sobreviventes
e ainda verás um novo sol
e outro dia,
viramos a vida em vírus
que não foi visto
e se viram
viraram estrelas
atrás da cortina
lá de longe
e tão perto
(as)asombra do corpo
de muitos anos
sobreviveram
ao tempo da barbárie
E eu vírus
Virei
Se virei
E tu viraste
ainda virás
porque ainda viverás
nas sombras seguiremos em frente
na luz que guia o corpo sobre a sombra
em escuridão qualquer fagulha é luz.
em tempos de sombras,
qualquer pôr do sol é amanhecer.
A vida foi invertida em sonhos excomungados,
mesmo assim a primavera não foi adiada
tememos sol os dias,
e em pesadelos vivemos as noites.
Contagiar é infectar-se de (cons)ciência.
Imunizar-se é deixar os sonhos sobreviverem.
Josemi Medeiros
Lindo poema!
Elizabeth