Folhas de Outono
Vejo, da janela,
as folhas de outono
caindo, leves, no quintal.
Dançam pra lá e pra cá
movidas pela brisa suave
do final de tarde.
Elas me fazem pensar
na finitude dos ciclos
que vêm e vão,
enquanto a vida permanece
na árvore e suas raízes.
Cumprida a missão,
é tempo de adormecer no inverno,
até outro ciclo de manifestação.
Assim também somos nós.
Chega a hora da despedida,
nudez material e despojamento.
Sem nada somos verdadeiros,
essência pura e divindade;
somos árvores e raízes eternas.
Por Gilberto Silos