Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

O conjunto da obra


(Resi/dual)

Tão perto da natureza
viva de “Paul Gauguin”.

Eu não poderia pintar
Mulheres, tigelas de frutas.

Talvez sensitivamente
prová-las.
Ouvir os “ais” de ti
e outros “ais” ocultos.

Experiência sublime…

Algo de morno, suculento.
No DNA de todas (t)elas.
registram o sentimento
erótico de cada fruta.

(Inconstância)

Sumir, evaporar-se
Não são estratégias mágicas.
Não existe sina instantânea.
O sombrio permeia o universo.

Existem saliências no tempo
fendas no espaço vazio.

(Hangar 22)

As empilhadeiras trabalham
em tempo recorde.
Empilhando gente,
Coisas, casas, calçadas.
Na calada da noite.
Tudo etiquetado
com um número
e uma filipeta do depósito.

(Esse tempo)

A mesma ladainha de mephisto.

A moeda e o custo em triturar os miolos.

O tridente de Shiva, a carne no espeto.

O carnaval dos lobos e cordeiros.

O cheiro de sangue nas valas.

A gritante falta de respeito
por todas as formas de vida.

O apagador de memórias
não salva a conduta.
Ricola de Paula

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