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Viver, eis o desafio

Epa! fim de semana ao estilo dos poetas que vivem doentes. Mas escrever é uma necessidade vital e quiçá pode ser a última vez. Ninguém sabe o que vem depois. Vivamos intensamente. A literatura de cordel tem chegado a mim de forma nova. Estava ligado em Hai Kai, mas o cordel vem através de Paulo Barja e Marzia Gatto que é atriz e escritora. Tantos gêneros literários que podemos experimentar e a crônica parece estar em minhas veias. Estava jogando minhas frases no Face para bombardear e alguém ponderou que parece auto ajuda, único gênero literário que não quero experimentar. Linguagem é experimento. E letramento não é só ler e escrever, é teatro, dança, cinema, música. Não aprendemos o mundo só pela literatura, mas com tudo que nos cerca.

Hoje me diverti numa sala de leitura, lendo revistas e jornais no inicio da tarde, vi duas exposições e um velho Bandeirante em um parque. Sou do tempo dos jornais. Sei achar o que me interessa para entender nossos dias. E não é que na revista Planeta diz que existem multi versos. Vários universos. Não achei a Caros Amigos. Saí mais leve, lendo “O Vale” e a “Folha de São Paulo”. Dia de céu azul, frio e as pessoas no parque. Nem de longe, cena de uma musica de Gilberto Gil. E perdemos Luiz Melodia, tanta gente boa indo embora e muita gente para ser descoberta.

Vivemos um mundo meio andrógino, onde homens se maquiam em comerciais de TV. Uma exposição de gravuras que critica a propaganda. Mas sempre nos enganamos. Sera que o leitor chegou até aqui neste meu texto? Texto é tecer. Criar nem sempre é o novo. Já tentei misturar gêneros numa escrita pretensiosa. Não pretendo nada, fico com o ostracismo e a solidão necessária aos que escrevem. O mundo, a vida é um laboratório para entende-la e tecer meus escritos. Talvez tenha pretensão ai? Hoje li Carlos Heitor Cony, que talento. Barja e seus cordéis me encantam. Tivemos a convivência e a presença de Paulo Nubile neste universo caipira de nossa cultura no interior entre Sampa e Rio.

Estamos fora e nem somos umbigos com nossas artes. Viver de arte? Arte é respirar. Imaginar ser livre. Mas o que é liberdade? Neste debate interminável sobre gênero. Ney Matogrosso disse que é masculino e pronto. Masculino e Feminino. Mas o corpo é arte. Do corpo se faz a arte. Por que não o inusitado no corpo masculino? Só as mulheres experimentam o lúdico no se vestir. E o corpo masculino sempre a deriva no ostracismo de uma sociedade patriarcal que se esvai. Não ser, nos faz ser? Poemas, poesia, arte.Tantas dialéticas. E a cidade pulsa, a vida pulsa. Vi uma exposição de ciências hoje. E somos uma cidade de ciências e arte. Que tudo se misture. Esta magia estava na presença de Paulo Nuble e agora em Paulo Barja, Jacek Ricardo SLEVAWA. Por que não abrir os Laboratórios de Ciências Exóticas no INPE, CTA? Deixar as crianças, os artistas brincarem naqueles imensos computadores. Que nem sonhamos chegar perto.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS pode ser um experimento humano e não desumano ! Arte, ciência, religião de forma harmônica e integrada. Trabalhei numa escola ao lado do INPE, CTA e não sentia a presença da ciência e de seus cientistas. A educação Básica precisa da presença de doutores, cientistas estimulando a criatividade.  Só um prefeito meio cientista, exótico circulava cantando o hino nacional nas escolas. Viver a ciência é necessário. Experimentar, criar, temos a possibilidade de fundir ciência e poesia, matemática e palavra que é tudo a mesma coisa. Somos enfim experimentos divinos, fragmentos de estrelas.
Esta cidade pode ir além, mas parece ficar aquém. O estado é um pacto social mantido por nós. A cidade é algo imaginado, tecida dia a dia num texto interminável.
E João Nicolau quer se aventurar nas trovinhas. Façamos da arte uma revolução individual e coletiva. Afinal, este momento só acontece agora. Viver, eis o desafio. Sobreviver é desesperança.
Tanta gente que me ensina sobre a vida e aqui citei alguns nomes. Mas qual é o nome de nosso pai?!
E seja feita sempre a vontade do Pai que esta dentro de nós!

Joka

João Carlos Faria

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