Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Sem espanto

 

Sumir, evaporar-se por hora.
Sem estratégias sem mágicas.
Não existe sina instantânea.

O sombrio permeia o universo.
Existem saliências no tempo.
Fendas no espaço vazio.

Resi / dual

Os acordos e os planos de Mephisto.
A moeda e o custo em triturar miolos.
O tridente de Shiva, carne no espeto.
O carnaval entre os lobos e cordeiros.
O cheiro de sangue e ratos nas valas.
A gritante falta de respeito com vidas
com a terra, com os valores humanos.

Já votei no cachorro, votei no chinelo.
Sei da minha loucura e quando penso
comigo&nós sustentamos a cambada.

Nunca, nunca, haveria de dar um voto
pra um fantoche que apenas engordô
seu bolso, aquartelado no Rio antigo.
Idas e voltas de Brasília como nababo.
Nada fez na carreira, sendo deputado.
No futuro vai ser exorcizado e deletado.

É a cara do golpe. tem cara de porco
cara de bacon, cara de cão que só late
e se esconde com medo de um debate.

Com a mídia espalhando
um tanque de terror, um toque de pânico
na sociedade.
Eles só precisavam de uma dentadura
uma nova eleição, um presidente postiço.
Enquanto fazem laqueadura no útero
da corrupção, um bom monociclo
e outro palhaço volta anunciando:
a próxima, terrível, a maior atração.
A Globo da morte, o circo de horrores
e você eleito o engolidor de facas.

O Dito tá dito.
A Dita tá dura
na Horta do Brasil, tá dificê plantar.
Sementes carunchadas
Tiriricas, agrotóxicos, chorumela
capim barbante fazedor de laço.
Cupins, políticos, formigas
além das doenças da terra.

Agora haveremos de saber
quais os organismos vivos
que se alimentam do azul,
dos espantalhos e paisagens
destruindo assim a beleza,
uma das nossas
maiores riquezas,
as pinturas do mestre
Cândido Portinari.

Ricola de Paula

2018

One Comment

  1. Bravos Ricola! Nada mais atual. Atualíssimo.É o que temos para hoje…
    Mas, destruir as maravilhas de Cândido Portinari seria o fim, porque as almas sensíveis alimentam-se dessas belezas.

    Um fraterno abraço

    Gilberto

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