Arte Literatura Poesia Ricola de Paula

Cemitério de submarinos

Foto: Reprodução/Twitter

No fundo
do abismo.
Afunda eu
afundam eles
os não vivos
Afundamos
todos juntos.

Cemitério
de
submarinos

Afundamos com os anos.
Perdemos muito oxigênio
golpe, azar ar ar rarefeito,
meritocracia, desprestígio.
Ignorância, encouraçados
levando barris de petróleo.

Relincham cavalos marinhos
lulas e felinos tubarões tigres.
Tubarões lixa e celenterados.
Anêmonas e arraias imensas.

Cemitério de submarinos

oitocentas braças
Oitocentas léguas
façamos aberturas
Vazaremos pelas escotilhas
mãos e nadadeiras, coladas

Abraçados as barracudas
cachalotes e sereias
Grudados nas barbatanas
Afogado no falso fulgor
escamas, escamas…
calados …caladas
cala o medo abissal
o medo de não poder respirar.

Cemitério de
submarinos
Ricola de Paula

2018

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